Suarda é uma marca de fio de lã de ovelha da raça Merino de rebanhos do Alentejo, famosa em todo o mundo pela suavidade da sua textura. O objectivo da Suarda é promover a produção de lã desta raça que já foi predominante nos campos alentejanos, pagando o preço justo aos produtores e reavivando a indústria têxtil nacional, enquanto se promovem boas práticas agroecológicas, a reflorestação e o bem-estar animal.
O nome da marca evoca a importância da substância gordurosa que existe na lã e que é essencial para a sua suavidade e qualidade. A suarda é indicadora de saúde, boa alimentação e bem-estar dos ovinos, sendo esta gordura responsável por lubrificar a sua pele e fibras, protegendo-os de agentes externos, auxiliando na produção de vitamina D, entre outros factores. Rebanhos bem cuidados dão lã de elevada qualidade, sendo isto o que a Suarda pretende promover.
Motivação
A Suarda surge num contexto de gradual destruição da indústria têxtil em Portugal que foi afectada, especialmente desde o fim do Acordo Multifibras em 2004 entre a União Europeia e a China, que tirou todas as barreiras às importações texteis oriundas desse país.
A contribuição da indústria têxtil em Portugal desde o fim deste acordo foi caindo, entre 2004 e 2009, o volume de negócios desceu de 8.1 mil milhões de Euros para 5.8 mil milhões, uma queda de 28% em apenas 5 anos, e o emprego caíu de 210 mil trabalhadores no sector para 157 mil (menos 25%), em igual período.
A produção de lã e do fio de lã foi um dos sectores mais afectados, tendo fechado todas as lavandarias de lã na Península Ibérica, à excepção de uma na Guarda. Também muitas fiações foram fechadas.
Como consequência, caíu a procura de lã nacional, e os produtores de ovelhas, viram os receita por quilo de lã cair de 2,50 Euros para 0,25 Euros. Os produtores começaram a preferir raças de ovelhas mais viradas para a carne, e não tão boas para produzir fio de lã.
Simultaneamente, os tecelãos que necessitam de fio de lã muitas vezes têm de importar da China, a preços muito superiores aos praticados anteriormente, e muitas vezes com mistura de lã com fibras sintéticas.
O objectivo deste projecto é criar a cadeia de valor da lã, pagando o preço justo aos produtores – 2,70 Euros -, e vendendo a preços o mais justos possíveis.
A origem da Lã
A Suarda tenta encontrar os produtores de ovelhas com boas práticas, quer relativamente ao bem-estar animal, quer em termos de promoção da sustentabilidade ambiental.
O primeiro lote de lã Suarda foi produzido com lã da Quinta Cucumbi, no Barrancão, a 24 Kms de Montemor-o-Novo.
Esta é uma quinta com certificação biológica, e que aposta na reflorestação, na regeneração ambiental e no bom uso da água.
O rebanho é composto por 100 ovelhas da raça Merino, sendo os carneiros premiados, e com o objectivo de recuperar esta raça famosa pela qualidade de lã. As ovelhas são parte do processo regenerativo e da agrofloresta que se está a plantar.
Esta foi a primeira lã produzida pela Suarda, e continuaremos à procura de produtores com práticas inspiradoras como as da Cucumbi.
Encomendas
Se pretende encomendar lã Suarda, em novelo (50 ou 100 gramas) ou em cone (aproximadamente 2,5 quilos cada), pode contactar-nos a pedir as condições comerciais para o: mail@suarda.pt ou para o 962933761.
Neste momento há lã apenas em tons naturais – branca e castanha -, de um e dois cabos.
O fio de um cabo destina-se a agulhas de 2,5 a 3,5. Um novelo de 50 gramas faz 136,5 metros, o de 100 gramas,273 metros.
O fio de dois cabos destina-se a agulhas de 4,5 a 7. Um novelo de 50 gramas faz 75 metros. O de 100 gramas, 150 metros.